Os Primórdios

O Clube de Campo Valinhos foi criado em 1953, quando o engenheiro Paulo Ribeiro Di Lorenzo comprou a fazenda Adelina, uma antiga fazenda de criação de gado leiteiro no Município de Itatiba, e parte do Sítio São José, localizado no Município de Valinhos, na Serra dos Cocais, a cerca de 100 km da capital e aproximadamente 1000 m acima do nível do mar.

À nova composição de terras foi dado o nome de Fazenda Granja Valinhos, mas a intenção de Di Lorenzo desde o início foi a de formar um clube de campo, um lugar para a confraternização de amigos através da prática de esportes.

Cerca de dois anos após a aquisição das terras, em 11 de outubro de 1955, Di Lorenzo realizou uma reunião com amigos e parentes interessados no novo empreendimento. Esta reunião se deu na Rua Álvares Penteado, nº 65, centro da cidade de São  Paulo, e lá fundaram o Clube de Campo Valinhos, uma Sociedade Civil Sem Fins Lucrativos. Decidiram que a localização da sede do novo clube seria em uma área da Fazenda Granja Valinhos, que já tinha uma pequena infraestrutura montada, uma casa sede, praça de esportes e um lago.

Nesta data também foi nomeada uma Diretoria Provisória, até que se atingisse a meta por eles estabelecida de mil sócios proprietários, que comporiam o quadro social do clube. Assim, seriam criados mil lotes de cerca de 1000 m2, que seriam vendidos a mil sócios proprietários.

A Primeira Diretoria Provisória:

Diretor Presidente: Paulo Di Lorenzo
Diretor Tesoureiro: José Antônio Vignoli
Diretor Secretário: Darcy Carvalho Matos

 

   

Eng. Paulo Ribeiro Di Lorenzo

Idealizador e Fundador do Clube de Campo Valinhos
(em foto de 1963)

 

INFRAESTRUTURA

Na primeira reunião de diretoria, realizada em 12 de outubro de 1955, Di Lorenza informa aos participantes que cederia, quando oportuno, todos os seus direitos sobre a Fazenda Granja Valinhos ao Clube de Campo Valinhos.

Na reunião de 1º de novembro de 1955 foi aprovado o Regimento Interno do Clube de Campo Valinhos e a partir daí, nos três anos seguintes, foram realizadas várias obras para a construção e desenvolvimento do CCV.

Em março de 1957, Di Lorenzo contratou os serviços de levantamento topográfico, com as curvas de nível e demarcação de quadras e lotes. No ano seguinte, em 16 de março de 1956, foi inaugurado o primeiro restaurante para servir aos visitantes que vinham para passar o dia nos finais de semana. Inicialmente, foi adaptada uma das dependências da casa sede do antigo Sítio São José. Neste mesmo ano, a pedido dos sócios que não tinham condução própria, foi colocado à disposição um ônibus que, aos domingos, partia de São Paulo direto para o Clube.

Em 1956 foi inaugurada uma linha de ônibus que funcionava aos domingos, ligando São Paulo ao Clube.

 

Em 1957 foi construído mais um lago para diminuir o problema de assoreamento do lago original e também um mirante neste novo lago. Foram iniciados também os serviços de arruamento, para que os sócios interessados em construir suas casas de veraneio pudessem iniciar as construções na zona residencial demarcada pelo levantamento.

O segundo lago foi inaugurado em 1957.

 

AS PRIMEIRAS CASAS

O aumento da frequência de sócios aos finais de semana demandou várias obras. 

O restaurante precisou passar por uma reforma, assim como a quadra de tênis. A sede foi dotada de chapelaria, um salão de jogos e de todo o material para estes jogos. Foi organizada a equitação, a compra de animais, pertences de montaria e a construção das cocheiras. As casa da antiga colônia de trabalhadores rurais, localizada ao lado do segundo lago, foram transformadas em apartamentos para acomodar os sócios que quisessem pernoitar no Clube.

No ano de 1958, foram propostos vários outros empreendimentos como prioridades na preferência dos sócios, entre eles a disponibilização de dois barcos aos praticantes do remo, a construção de quadras de bocha, a melhoria e reaparelhamento das casas e do restaurante, e a construção de piscinas, com inauguração marcada para 4 de fevereiro de 1960.

No final do ano de 1960, a grande maioria dos mil lotes já havia sido comercializada, restavam apenas vinte e cinco unidades. Decidiu-se convocar uma Assembléia Geral até meados do ano seguinte, 1961, para incorporação do Clube, com eleição da nova Diretoria, que passaria a ter mandato regular, e um Conselho Consultivo.

Por esta época já havia várias casas de veraneio construídas.

Caminho que leva à piscina. Mais ao fundo as casas de Moacir Maiani e Jayme Silva.

 

CRISE FINANCEIRA

Em maio de 1961 foi realizada a Assembléia Geral, mas as contas prestadas pela Presidência do exercício de 1960 não foram aprovadas. O presidente informou que havia dado entrada na 2ª Vara Cível da Capital a Ação de Prestação de Contas do Clube no exercício de 1960.

O período compreendido entre maio de 1961 e novembro de 1962 foi de estagnação das benfeitorias que estavam em andamento no CCV. Os diretores ficaram comprometidos em administrar a crise financeira que se instalara com a paralização das vendas de novos títulos e a gradativa queda na carteira de recebimentos. Muitos títulos foram devolvidos por falta de pagamento. Era necessário tomar medidas para cumprir com o compromisso da compra das terras e equilibrar as contas.


AUTONOMIA

A cessão dos direitos e obrigações sobre as terras que constituem o Clube de Campo Valinhos por parte de Di Lorenzo, que deveria ter acontecido em novembro de 1960, foi realizada somente em setembro de 1962, comprometendo-se o mesmo, a fazê-la mediante o pagamento do saldo devido, em parcelas mensais. No dia 25 de setembro de 1962 o presidente lavrou escritura de cessão de seus direitos sobre o imóvel da sede do Clube de Campo.

Após assinarem a cessão de direitos de posse das terras do Clube, posam para a foto, a partir da esquerda: Nilo Tordin, Serafim Pereira de Abreu, Alcy Franklin, Jayme Silva, Di Lorenzo, Nicola Achiles Cariola, Orlando Abrantes, Orlando Ludovici e Ariston.

 

Neste mesmo ano foi criada uma taxa de manutenção mensal. Após o parecer positivo do Conselho Fiscal quanto às contas de 1961 e 1962, foi convocada uma Assembléia Geral para aprovar estas contas, eleger um novo Conselho Fiscal e instituir a primeira Diretoria Administrativa.

 

Conselho Fiscal de 1962

Moacir Maiani, Salvador Giosa e Damiano Gallo.
Suplentes: Orlando Abrantes, Jose Aluízio Pupo e Arlindo Travaglini.


Primeira Diretoria Executiva, eleita em Assembléia Geral de 09/01/1963:

Presidente – Jayme Silva
Vice-Presidente – Nico Achiles Cariola
Diretor 1º Tesoureiro – Serafim Pereira de Abreu
Diretor 2º Tesoureiro – Santo Tordim
Diretor 1º Secretário – Alcyr Franklin
Diretor 2º Secretário – José Alayon

 

Em 20 de janeiro de 1963, a primeira diretoria toma posse no salão principal da sede do Clube, em reunião festiva presidida por Orlando Ludovici, que fez a proposta de se guardar esta data para comemorar o aniversário do Clube, contando a partir de sua fundação em 1955.